sábado, 23 de maio de 2020

RIO DOIS ENGENHOS Maurino Prim (1) O RIO DOIS ENGENHOS é um dos afluentes da margem esquerda do Rio dos Bugres, na localidade de Santa Isabel, município de Águas Mornas-SC. O Rio dos Bugres entrega as suas águas ao Rio Cubatão, pela margem esquerda na localidade da Barra, também cognominada de Santa Cruz da Figueira. O Rio Cubatão conduz as suas águas ao município de Santo Amaro da Imperatriz, depois Palhoça, onde encontra a sua foz, depositando um caudal de águas no majestoso Oceano Atlântico. A micro-bacia do Rio Dois Engenhos possui uma morfologia hidrográfica de pequena extensão territorial que, por sua vez, confere ao rio um curso d’água de pequeno tamanho entre a nascente e a sua foz. O seu comprimento total não passa de 2 Km. Atravessa terras pertencentes a sete propriedades localizadas na Estrada Geral do Loeffelscheidt, com as morfologias conforme quadro abaixo: Proprietários Características do Rio Dois Engenhos Jerônimo Kraus Parte alta com as nascentes Nivaldo Heins Porção contígua às nascentes e cabeceiras Nalito Heins Integra a parte alta, sem margens planas Nivaldo Paulo Prim Início da porção intermediária com pequena margem plana Irmãos Pagani Porção contígua à parte intermediária Armando Lofi Porção contígua à parte intermediária Comunidade Evangélica Luterana Parte final onde desemboca no Rio dos Bugres Considerando os aspectos meramente físicos do Rio Dois Engenhos, pode soar exagerada a denominação desse curso d’água como rio. Talvez fosse mais apropriado ser chamado como riacho, córrego, ribeirão, arroio ou sanga. Mas a sua elevação para a categoria de rio justifica-se pela importante contribuição que exerceu nas atividades econômicas de duas propriedades até o final da década de 1970. As terras pertencentes ao Nivaldo Paulo Prim, eram de Norberto Prim, casado com Maria Brick Prim. Tiveram 13 filhos (Antônio, Emília, Osvaldo, Pedro, Leo, José, Isabel, Nivaldo, João, Maria, Maurino, Judite e Maura) e tinha como principal atividade econômica a exploração de um engenho na produção de melado, açúcar, cachaça, farinha de mandioca, polvilho e cuscuz. As terras pertencentes ao Armando Lofi, eram de Gregório Lofi, casado com Filomena Thaigues Lofi e tiveram 5 filhos (Amando, Maria, Alvina, Donato e Francisco) que também tinha um engenho que produzia farinha de mandioca, polvilho e farinha de milho. Armando Lofi, casado com Isabel Thiesen Lofi, tiveram 06 filhos (Isolene, Jairo, Sônia, Humberto, Cesar e José Nazir) e grande parte de sua atividade econômica era oriunda da exploração do engenho edificado por Gregório Lofi, principalmente com a tafona para fazer farinha de milho. Para a tarefa de moer a cana, descascar e ralar a mandioca, triturar o milho em fubá e secar a farinha de mandioca no tacho fazia-se necessária uma fonte de energia capaz de acionar a moenda, o descascador, o ralador, a tafona e o mecanismo de mexer a farinha de mandioca no tacho, enquanto secava. É nessa tarefa que o pequeno rio vira um gigante e transforma-se na grande solução fornecendo a energia necessária para acionar as rodas d’água. O volume hídrico do Rio Dois Engenhos era pequeno demais para conseguir movimentar as grandes rodas d’água. Porém, isso não foi motivo para que ele passasse despercebido e ter o seu potencial ignorado. Através da engenharia de represamento de água foram construídos dois açudes que, depois de acumular uma parte do rio durante umas 6 horas, tinham o suficiente de água para uma tarefa de rala ou de moagem. Através da concretização da máxima “a união faz a força” o pequeno rio juntava as suas águas para depois, em volume apropriado, prestar esse grande serviço de movimentar as rodas d’água, para somente depois seguir o seu curso até a foz e doar as suas águas ao Rio dos Bugres. Por essa razão justifica-se a merecida alcunha de RIO DOIS ENGENHOS para esse pequeno córrego, como tributo e reconhecimento aos grandes serviços prestados às atividades econômicas das famílias que, através desse rio, obtinham o seu sustento. Dois engenhos existiam no pequeno curso desse pequeno rio. Por essa razão fica plenamente justificada a sua denominação como RIO DOIS ENGENHOS. Assim as suas águas dos tempos hodiernos e futuros levarão consigo o registro memorável do seu passado, como fato revelador da identidade dos que com ele interagiram ao longo da história. Além das duas propriedades que utilizavam o Rio Dois Engenhos para as suas atividades econômicas, havia outras duas famílias contemporâneas que moravam nessa micro-bacia e utilizavam as suas águas para o consumo doméstico. As propriedades pertencentes ao Nivaldo Heins e Nalito Heins eram do Lauro Heins, casado com Nair Heins. A propriedade dos Irmãos Pagani pertencia a Celso Kraus, casado com Francisca Prim Kraus, que tiveram dois filhos – Antônio e Pedro Paulo. Também, faz-se necessário lançar um olhar sobre a origem das famílias que habitaram desde outrora, até agora, as terras drenadas pelo Rio Dois Engenho. Até o período Imperial da História do Brasil, há registros da presença de índios, nessa região, chamados de Bugres, de onde se origina a denominação de Rio dos Bugres, cognome da localidade de Santa Isabel. No ano de 1847, o Governo Imperial do Brasil, autorizou a fundação da Colônia de Santa Isabel, às margens do Rio dos Bugres. A Colônia de Santa Isabel nasce dentro do processo da migração alemã para o Brasil, ocorrida no século XIX, quando um contingente expressivo de alemães deixou a sua terra natal e vieram buscar melhores condições de vida no Brasil. As transformações econômicas ocorridas na Europa a partir do Século XVIII, com o advento da Revolução Industrial, trazem sérias consequências no plano social e político. A falta de terras para plantar e a instabilidade política provocam um forte impacto nas atividades laborativas, fazendo com que multidões de pessoas entrassem em situação de extrema carência de meios de subsistência. Na falta de oportunidades e perspectivas, com a fome e a miséria fitando os horizontes, as pessoas buscam alternativas para sonhar com um futuro melhor. As dificuldades econômicas e sociais no cenário europeu geram as condições propícias para resolver o problema de falta de população no Brasil. Em 1822, com a proclamação da independência, o Imperador Dom Pedro I, articulou e elaborou um plano de migração de europeus para povoar e colonizar as terras situadas na Região Sul do Brasil, com a finalidade de impedir as invasões por parte das colônias espanholas. Assim, inicia-se a saga de milhares de imigrantes alemães, entre outras etnias, que deixaram tudo e saíram de suas terras a procura de uma nova pátria, encontrando um porto seguro no Brasil. No Estado de Santa Catarina foram marcantes os desembarques de alemães e italianos, sem deixar de considerar outras culturas que vieram compor o mosaico etnográfico do Estado. O município de Águas Mornas foi fortemente ocupado e impactado com a presença alemã. Seus descendentes espalharam um rico legado de tradições folclóricas, comidas típicas, traços arquitetônicos, vestuário, língua, religiosidade, entre outras manifestações culturais pelo município. Por essas razões justifica-se a adoção de medidas cabíveis visando preservar a memória dos antepassados que encharcaram esse solo com sangue, suor e lágrimas. A adoção da toponímia de Rio Dois Engenhos se insere nesse intento. Assim as gerações hodiernas e futuras, terão a oportunidade de acessar, através do sentido inserido no nome do Rio Dois Engenhos, as bravas lutas dos pioneiros na ocupação desse espaço. Atualmente o Rio Dois Engenhos não move mais rodas d’água. As suas águas são utilizadas na irrigação de plantações de hortaliças, morangos e um açude para criação de peixes, assim como também para consumo doméstico e a criação de animais. REFERÊNCIAS: - Jochem, Toni Vidal, Pouso dos Imigrantes, Editora Papa-Livro, 1992, SC; - Jochem, Toni Vidal, A Epopeia de uma Imigração, Ed. do Autor, 1997, SC; (1)- Licenciado em Geografia pela UFPR – 1988; - Especialização em Counseling – Aconselhamento e Relação de Ajuda – Faculdade Bagozi – 2002; - Especialização em Metodologia de Ensino de História e Geografia – Uninter – 2013.

sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

Cartilha Família Prim no Brasil

X PRIMFEST TOUR CURITIBA PR 2016 Coordenação: Wilson Prim e Eunice Prim Colaboração: Maurino Prim e Marisete de Souza Lopes Prim 1. X PRIMFEST TOUR Realizada nos dias 8 e 9 de outubro de 2016, na cidade de Curitiba-PR, sob a coordenação do casal Wilson Prim e Eunice Prim, com a colaboração de Maurino Prim e Marisete de Souza Lopes Prim. Por se tratar da primeira festa da família Prim, a ser realizada fora do estado de Santa Cataria, e considerando a razoável distância a ser percorrida para participar do evento, decidiu-se por fazer o encontro em dois dias para oportunizar a realização de turismo, razão pela qual foi denominada X PRIMFEST TOUR. A confraternização ocorreu em 08/10/16, no restaurante Madalozzo, localizado no Bairro de Santa Felicidade, maior espaço gastronômico das Américas, capaz de acomodar até 4.645 pessoas por vez. A celebração eucarística foi em 09/10/16, na Catedral Basílica Nossa Senhora da Luz dos Pinhais, situada no centro da cidade de Curitiba. Além dos dois eventos da X PRIM FEST TOUR, os participantes tiveram a oportunidade de conhecer várias atrações turísticas da cidade como: parques, praças, shopping centers, museus, feira de artesanato, zoológico, jardim botânico, entre outras. 2. BRASIL – Um país multicultural O Brasil é um país formado por um povo de muitas etnias. Durante a vigência do período histórico denominado de Brasil Colônia, ocorreu a primeira miscigenação étnica que envolveu os Índios, Portugueses (branco) e Negros. Com a independência, em 1822, inicia-se uma nova fase miscigenatoria, com a vinda dos imigrantes Alemães e Italianos. Porém, no decorrer da história, desembarcam no Brasil, outros povos como: Poloneses, Ucranianos, Japoneses, Turcos, Árabes, Chineses, Russos, entre outras nacionalidades, formando assim o riquíssimo mosaico étnico/cultural da nação brasileira. A família Prim, descende de imigrantes alemães que no Século XIX aportaram no Brasil. Esta publicação tem por finalidade fazer um breve registro a respeito da família Prim, no Brasil, a partir do casal gerador Johan Prim e Bárbara Steinbach, por ocasião da realização da X PRIMFEST TOUR, na cidade de Curitiba-PR, nos dias 8 e 9 de outubro de 2016. 3. CAUSAS DA MIGRAÇÃO ALEMÃ As transformações econômicas ocorridas na Europa, a partir do Século XVIII, com o advento da Revolução Industrial, trazem sérias consequências no plano social e político. A falta de terras para plantar e a instabilidade política provocam um forte impacto nas atividades laborativas, fazendo com que multidões de pessoas entrassem em situação de extrema carência de meios de subsistência. Na falta de oportunidades e perspectivas, com a fome e a miséria fitando os horizontes, as pessoas buscam alternativas para sonhar com um futuro melhor. As dificuldades econômicas e sociais no cenário europeu geram as condições para resolver o problema de falta de população no Brasil. Em 1822, com a proclamação da independência, o Imperador Dom Pedro I, articulou e elaborou um plano de migração de europeus para povoar e colonizar as terras situadas na Região Sul do Brasil. O objetivo do governo imperial era ocupar essas terras para impedir invasões por parte das colônias espanholas. Dessa forma, em 13 de janeiro de 1824, aportou no Rio de Janeiro o primeiro navio de imigrantes alemães. Depois de navegar por 122 dias nas águas do Oceano Atlântico, desembarcaram em solo brasileiro 251 colonos alemães. Durante a viagem morreram 14 pessoas, entre elas duas crianças. Assim inicia-se a saga de milhares de imigrantes alemães que deixaram tudo e saíram de sua terra natal a procura de uma nova pátria, encontrando um porto seguro no Brasil. 4. DESEMBARQUE DA FAMILIA PRIM NO BRASIL O sobrenome “PRIM” começou a ser escrito e pronunciado em solo brasileiro em 07 de novembro de 1828, com o desembarque na cidade do Desterro, atual Florianópolis, do casal Johan Prim e Bárbara Steinbach, acompanhados de dois filhos, Nikolaus Prim e Johan Peter Prim. A família saiu de Waldrach, município situado nas proximidades de Trier, cidade mais antiga da Alemanha, ao lado do Rio Mosela, na Região Oeste da Alemanha, nas proximidades das fronteiras com Luxemburgo. Johan Prim nasceu, viveu e casou em Farschweiller. Bárbara Steinbach nasceu em Herl, distante a uns 1.000 metros de Farschweiller. Fizeram a travessia do Oceano Atlântico abordo do navio Brigue Luiza, trazendo na bagagem um mundo de sonhos e incertezas. Em 01 de outubro de 1829 chegaram à Colônia de São Pedro de Alcântara-SC, onde plantaram as raízes das gerações que se espalharam por diversos Estados do Brasil, em números incontáveis, como maior concentração em Santa Catarina. 5. HISTÓRICO DAS PRIMFEST Conhecer a origem, a história, fazer memória em relação às gerações que nos antecederam, celebrar e confraternizar vitórias e conquistas, consternar-se com a perda de ente queridos, enfim, tudo isso nos leva a construir os laços de identidade familiar. Uma pessoa que não conhece a sua história, que não possui registros memoriais de seus antepassados, vive um vazio de identidade que a deixa desprovida de vínculos familiares, que podem refletir na sua qualidade de vida psicossocial. Não necessariamente com essas motivações objetivas, porém, movido por esses anseios subjetivos, iniciou-se em 1999, uma caminhada de resgate da origem e identidade da família Prim, no Brasil, com uma sequência de encontros que passaram a ser denominados de PRIMFEST. I PRIMFEST Idealizada pelo Frei José Luiz Prim, o encontro ocorreu em 16/05/1999, na Capela do Cerro Negro no município de Ituporanga-SC. Tinha como propósito reunir os descendentes da família de José Egídio Prim e Mathilde Berthilda Prim. José Egídio Prim é filho de Egídio Prim; Egídio Prim é filho de Johan Peter Prim; Johan Peter Prim é filho de Johan Prim e Bárbara Steinbach, casal gerador dos Prim no Brasil. A festa foi organizada pelo Frei José Luiz Prim, tendo por motivação reunir a família para a preparação da chegada do terceiro milênio. Contou com a presença de centenas de pessoas que confraternizaram e participaram da celebração eucarística presidida por Frei José Luiz Prim e concelebrada pelo Frei Elzeário Schmidt e Frei José Lino Lückmann. II PRIMFEST Foi realizada em 06/08/2000, na cidade de São Pedro de Alcântara-SC, sob a coordenação de João Prim, que é filho de Norberto Prim, que é filho de Nicolau Prim Júnior, que é filho de Nicolau Prim, que é filho de Johan Peter Prim, que é filho de Johan Prim e Bárbara Steinbach. Este encontro tinha como objetivo reunir todos os descendentes do casal gerador dos Prim no Brasil. Contou com a presença de 654 pessoas que confraternizaram e saborearam um delicioso almoço preparado sob os cuidados e Maria Felizita Prim e Claudemir Prim. A celebração eucarística foi presidida pelo Frei José Luiz Prim e concelebrada pelos Pe. Luiz Prim, Pe. Pedro Adulino Martendal, Pe. Elói Prim e participação do Diácono Pedro Nicolau Prim. III PRIMFEST Foi realizada em 28/07/2002, na cidade de São Pedro de Alcântara-SC, sob a coordenação de Maurino Prim, irmão de João Prim, coordenador da II PRIMFEST. Este encontro que teve como lema: “Família Prim Integrando Corações”, tinha por objetivo avançar mais na integração dos descendentes de Johan Prim e Bárbara Steinbach, estreitando os laços de afinidade e restaurando a memória e a história da família Prim. Contou com a presença de centenas de pessoas que confraternizaram e saborearam um cardápio preparado pela Maria Felizita Prim e Claudemir Prim. A celebração eucarística foi presidida por Frei José Luiz Prim, concelebrada pelo Pe. Luiz Prim e participação do Diácono Pedro Nicolau Prim. IV PRIMFEST Foi realizada em 01/08/2004, no salão de festas da Catedral da cidade de Blumenau-SC, sob a coordenação de Pedro Prim e Secretariada por Leo Francisco Prim, que é irmão de Maurino Prim, coordenador da III PRIMFEST. Contou com a presença de 704 pessoas que festaram saboreando um suculento almoço que foi seguido por diversas apresentações folclóricas, sorteio de brindes, baile, concurso de chopp em metro, entre outras atrações. A celebração eucarística foi presidida pelo Pe. Luiz Prim, concelebrada por Frei José Luiz Prim, Frei José Lino Lickmann, participação do Diácono Pedro Nicolau Prim e Ministro Extraordinário da Extraordinário da Eucaristia Pedro Elói Prim. V PRIMFEST Foi realizada em 06/08/2006, no Bairro de Belchior Alto, município de Gaspar-SC, sob a coordenação de Daniel Prim. Mais de 600 pessoas se reuniram num clima de celebração e confraternização no salão da igreja local. VI PRIMFEST A VI PRIMFEST foi realizada em 03/08/2008, no Seminário da cidade de Ituporanga-SC, sob a coordenação de Sílvio Prim e colaboradores Angélica Prim Miguel e Frei José Luiz Prim. Reuniu mais de 800 pessoas que num clima de celebração e confraternização estreitaram os laços familiares entre os descendentes dos Prim no Brasil. VII PRIMFEST Foi realizada em 29/08/2010, na cidade de Antônio Carlos-SC, sob a coordenação de Maria Inês Prim, com a colaboração de muitos voluntários e apoio de João Prim. Cerca de 800 pessoas compareceram, celebraram e comemoraram em ritmo de festa, sob os comentários de ter sido a maior PRIMFEST de todos os tempos. VIII PRIMFEST Ocorreu em 15/07/2012, na cidade de Santo Amaro da Imperatriz-SC, sob a coordenação de Eugênio Prim e família. Contou com a presença de cerca de 900 pessoas que, em grande ambiente de confraternização, celebraram e festaram com muita alegria, desenvolvendo o sentimento de pertencer a grande família Prim que busca fortalecer seus laços de afinidade. A VIII PRIMFEST contou com um fato extraordinário, carregado de muita emoção, quando a Irmã Albertina Prim, durante o ato penitencial da Santa missa, leu uma carta escrita por Rudolf Prim e Hedwig Prim, juntamente com seus primos Pe. Edevin Prim e Margarete Hass Prim, nossos parentes distantes na Alemanha. A íntegra da carta poderá ser lida no Blog: www.primfamilien.blogspot.com.br. IX PRIMFEST Realizada em 14/09/2014, no Bairro Belchior Alto, município de Gaspar-SC, sob a coordenação de Protásio e Elza Prim Gesser, com a colaboração de Moacir e Silvana Gesser e Maurício e Estela Prim. Mais de 400 pessoas confraternizaram e participaram da celebração eucarística presidida pelo Pe. Luiz Prim. 6. RESTABELECIMENTO DO CONTATO COM OS PRIM NA ALEMANHA Em decorrência do longo tempo passado entre a vinda do casal gerador da família Prim no Brasil (ano de 1828), aliado às limitações tecnológicas dos meios de comunicação existentes no inicio do Século XIX, somado aos conflitos bélicos das duas grandes Guerras Mundiais, perdeu-se o contato com os parentes que permaneceram na Alemanha. Embora os registros históricos da imigração já terem nos dado o conhecimento de que a origem da família Prim descendia de Johan Prim e Bárbara Steinbach, oriundos da Alemanha, porém, ainda não havia sido feito contato com os parentes daquele país. Esse contato foi restabelecido em 30/09/2011, por João Prim e esposa Solange Coimbra Prim, juntamente com Pedro Elói Prim e Esposa Enelda Junkes Prim, quando em passeio pela Alemanha, hospedados na casa do amigo brasileiro Pedro Kunz e esposa Doris Kunz, com a ajuda destes, localizaram e contataram com descendentes de Johan Prim. O encontro se deu na cidade de Waldrach, na Alemanha, com Rudolf Prim, Hedwig Prim, Pe. Edevin Prim, Magarete Prim, Karl Prim e Cristina Prim, descendentes de Johan Prim e Bárbara Steinbach. No Blog: www.primfamilien.blogspot.com.br há uma relato com mais detalhes sobre o contato com os nossos parentes da Alemanha. No ano de 2015 o casal Rudolf Prim e Hedwig Prim estiveram no Brasil e visitaram várias famílias Prim de Santa Cataria e Paraná. 7. CANÇÃO DO IMIGRANTE (Letra e música: Maurino Prim) Eu sou fruto de imigrante Que por um instante O oceano atravessou (bis) Cheio de sonhos E amante de um novo horizonte No Brasil um porto encontrou (bis) Alemanha minha origem: Brasileiro sou (bis) 8. CONCLUSÃO Através de breve relato, pretendeu-se deixar um registro sobre a história da família Prim no Brasil, com o objetivo de favorecer a construção do sentimento de pertença, resgate da memória e firmar os laços de identidade familiar. Essa jornada não tem começo e nem fim. Avança inexoravelmente pelo tempo e remete a cada membro da grande árvore genealógica da família Prim, o compromisso de continuar cultivando vínculos de afinidade através da convivência e da interação. A família é a base da sociedade, o alicerce do ser humano e o espaço da partilha de afetos com os entes parentais. Valorizemos a nossa família, respeitemos todas as famílias que se entrelaçam com a família Prim e ajudemos a grande família humana encontrar a paz no infinito amor misericordioso de Deus. 9. REFERÊNCIAS - Blog www.primfamilien.blogspot.com.br; - Jochem, Toni Vidal, Pouso dos Imigrantes, Editora Papa-Livro, 1992, SC; - Jochem, Toni Vidal, A Epopeia de uma Imigração, Ed. do Autor, 1997, SC; - Philippi, Aderbal João, São Pedro de Alcântara – A primeira colônia alemã de Santa Catarina, Ed. Letras Contemporâneas, 1995, SC. Produzido por: Maurino Prim – Licenciado em Geografia pela UFPR – 1988; Especialização em Counseling – Aconselhamento e Relação de Ajuda – Faculdade Bagozi – 2002; Especialização em Metodologia de Ensino de História e Geografia – Uninter – 2013. ESPAÇO RESERVADO PARA ANOTAÇÕES SOBRE A XI PRIMFEST CIDADE:__________________________________________________________ COORDENAÇÃO___________________________________________________ CONTATO:________________________________________________________ Agradecemos a todos que vieram participar da X PRIMFEST TOUR, desejando que tenham um ótimo retorno às suas cidades de origem, com os votos de nos reencontrarmos na XI PRIMFEST.

segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

CHUMBO TROCADO NÃO É BULLYING



CHUMBO TROCADO NÃO É BULLYING

Por Maurino Prim
O fulano me xingou!
Isso é bullying!
Volta e meia ouço essa fala de alunos que vem buscar aparo diante do que julgam ser um ato de bullying. Ao ouvir a narrativa da vítima percebo que há um ato perturbador do reclamante que gerou uma reação em forma de ofensa verbal. Nesse caso específico não se caracteriza o bullying. É chumbo trocado. Ambos infringiram os limites da boa convivência.
        
O fenômeno do bullying se caracteriza por comportamentos agressivos praticados intencional e repetidamente com o intuito de maltratar, intimidar e humilhar as vítimas de forma verbal, física, psicológica, sexual e virtual contra pessoas fragilizadas que não conseguem se defender das agressões sofridas. (Grifo nosso)                  
A partir do conceito acima fica explícito que para ser bullying faz-se necessária a existência de duas condições básicas:  
1) O ato ser intencional e repetitivo;
2) Ser praticado contra pessoas fragilizadas que não conseguem se defender das agressões sofridas.
Na ausência dessas duas condições, principalmente da intencionalidade e da repetição, não se tipifica o bullying, porém, temos um conflito que se enquadra em comportamentos agressivos, causadores de danos e violências que precisam de mediação quando as partes não conseguirem se auto ajustar.
Os conflitos nascem da convivência e interações que estabelecemos com os outros. Faz-se necessário aprender a lidar com eles e resolve-los. Compreender essa peculiaridade da nossa natureza humana nos ajuda a dar um encaminhamento assertivo aos estímulos perturbadores advindos dos relacionamentos. A regra de ouro deve ser a seguinte: devemos reagir a tudo aquilo que nos perturba. Porém essa reação não deve ser pelo revide. Devemos agir para restabelecer o equilíbrio e o respeito ferido. Sempre que esse ajuste não for possível ser feito diretamente com o oponente deve-se pedir ajuda para um mediador.   
Toda e qualquer violência deve ser eliminada. O respeito é o referencial balizador na forma de tratar o próximo. Para construir um mundo de paz precisamos colocar em pratica o princípio da alteridade, que consiste em conceber e tratar o outro como um outro eu. Dizendo de outra forma: não faça para os outros aquilo que não queres que façam contigo. 

ESCRAVIDÃO VIRTUAL



ESCRAVIDÃO VIRTUAL

Por Maurino Prim

            Quando se fala em escravidão vem logo à mente a modalidade de servilismo praticado no Brasil até o início do século XIX. Esse tipo de escravidão tinha como característica o cerceamento da liberdade física da pessoa. O corpo era aprisionado e transformado em fonte de energia na produção de mercadorias e serviços. A agente escravizador era uma outra pessoa, que era o dono e o detentor do direito de usufruir da força produtiva do escravo. Com a abolição romperam-se as correntes que prendiam o corpo e, enfim, surgiu a liberdade.

             Porém, no decorrer da história, surgiram outras modalidades de escravidão, tendo como característica a exploração do homem pelo homem numa relação injusta com a apropriação indébita do trabalho do empregado pelo patrão. Nesse tipo de escravidão o corpo fica livre, porém, a força de trabalho está aprisionada a um explorador.

            Com o advento da tecnologia da informação, os computadores, a internet, as mídias sociais, os sites de relacionamentos, os games e tudo que se relaciona ao mundo virtual, surge uma nova modalidade de escravidão. Não é mais o corpo que fica preso, nem a força de trabalho. O aprisionamento se dá no cérebro. É a mente que fica subordinada aos encantos dos efeitos midiáticos proporcionados pelo mundo virtual. As pessoas perdem a capacidade de existirem livres, sem estarem conectadas com algum artefato virtual.  Nessa modalidade de escravidão a pessoa tolhe e limita a liberdade a partir de si mesma. Ao contrário dos outros tipos de servilismo, onde alguém externo é o agente cerceador da liberdade, aqui temos a aceitação autônoma, uma vez que a pessoa deixa de ser livre por vontade própria.

            Esse fenômeno percebe-se no cotidiano, onde muitas pessoas não conseguem se sentir bem sem estarem com um aparelho eletrônico nas mãos, mesmo que não esteja em uso. Outra cena comum nos encontros sociais em restaurantes e roda de amigos é ver as pessoas fisicamente próximas, mas conectadas virtualmente com alguém que está distante ou ocupadas com alguma base de entretenimento eletrônica.

            As consequências maléficas dessa dependência tecnológica ocorrem nas dificuldades ou inabilidades sociais e cognitivas. A necessidade de conviver, crucial para a nossa sobrevivência, é algo que precisa ser aprendido. Essa aprendizagem é essencialmente prática e ocorre nas múltiplas experiências que fazemos no laboratório da vida no relacionamento com os outros. Quando nos confinamos em uma plataforma virtual, deixamos de aprender a viver na sua dimensão real.  No aspecto cognitiva ocorrem prejuízos como a diminuição da criatividade, imaginação, raciocínio e atenção. Esses danos afetam a qualidade da aprendizagem e o desenvolvimento de habilidades para o exercício de uma excelência pessoal e profissional.

            Não se trata de querer conspirar contra as descobertas e as conquistas tecnológicas que a humanidade foi capaz de produzir e inventar. Trata-se de um alerta para evitar o uso abusivo que leve a desenvolver uma “dependência tecnológica” ou a maximizar os efeitos nocivos ao desenvolvimento de nossas potencialidades cognitivas e sociais. Trata-se de saber usar a tecnologia da informação para os fins necessários e não se deixar viciar e nos transformar em reféns de um escravismo virtual. A liberdade plena ocorre quando o corpo, a mente e o espírito não se sentem aprisionados a nenhum tipo de contingenciamento, exceto os advindos da Lei.