CHUMBO
TROCADO NÃO É BULLYING
Por
Maurino Prim
O
fulano me xingou!
Isso
é bullying!
Volta
e meia ouço essa fala de alunos que vem buscar aparo diante do que julgam ser
um ato de bullying. Ao ouvir a narrativa da vítima percebo que há um ato perturbador
do reclamante que gerou uma reação em forma de ofensa verbal. Nesse caso
específico não se caracteriza o bullying. É chumbo trocado. Ambos infringiram
os limites da boa convivência.
O
fenômeno do bullying se caracteriza por comportamentos agressivos praticados intencional e repetidamente com
o intuito de maltratar, intimidar e humilhar as vítimas de forma verbal,
física, psicológica, sexual e virtual contra
pessoas fragilizadas que não conseguem se defender das agressões sofridas. (Grifo
nosso)
A
partir do conceito acima fica explícito que para ser bullying faz-se necessária
a existência de duas condições básicas:
1) O
ato ser intencional e repetitivo;
2)
Ser praticado contra pessoas fragilizadas que não conseguem se defender das
agressões sofridas.
Na
ausência dessas duas condições, principalmente da intencionalidade e da
repetição, não se tipifica o bullying, porém, temos um conflito que se enquadra
em comportamentos agressivos, causadores de danos e violências que precisam de
mediação quando as partes não conseguirem se auto ajustar.
Os
conflitos nascem da convivência e interações que estabelecemos com os outros.
Faz-se necessário aprender a lidar com eles e resolve-los. Compreender essa
peculiaridade da nossa natureza humana nos ajuda a dar um encaminhamento
assertivo aos estímulos perturbadores advindos dos relacionamentos. A regra de
ouro deve ser a seguinte: devemos reagir a tudo aquilo que nos perturba. Porém
essa reação não deve ser pelo revide. Devemos agir para restabelecer o
equilíbrio e o respeito ferido. Sempre que esse ajuste não for possível ser
feito diretamente com o oponente deve-se pedir ajuda para um mediador.
Toda
e qualquer violência deve ser eliminada. O respeito é o referencial balizador
na forma de tratar o próximo. Para construir um mundo de paz precisamos colocar
em pratica o princípio da alteridade, que consiste em conceber e tratar o outro
como um outro eu. Dizendo de outra forma: não faça para os outros aquilo que
não queres que façam contigo.
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