terça-feira, 21 de maio de 2013

A IMAGEM NA GEOGRAFIA – COORDENADAS SEMIÓTICAS PARA A COMPREENSÃO DA ORDENAÇÃO DOS LUGARES






Por Maurino Prim



A partir da leitura feita pela Ângela Massumi Katuta, a respeito da utilização das geograficidades, como instrumento de apropriação das dimensões espaciais, podemos perceber a sua vasta importância na percepção dos diversos entes que configuram o espaço geográfico.



Tomando como dado objetivo advindo da natureza psicogenética do homem, que quantifica em oitenta por cento a capacidade visual de recebermos estímulos sobre os demais sentidos, evidencia as reais necessidades e importância de se explorar com mais vigor as faculdades imagéticas na assimilação dos conteúdos espaciais.



Essa capacidade foi muito bem percebida pelos protagonistas do capitalismo tardio, que se funda na visualidade, produzindo a sociedade do espetáculo através do reforço do capital em sua face contemporânea.



Segundo nos ensina MOREIRA, (2004), a geograficidade é o “ser-estar espacial do ente”. Disso decorre compreender que “todo ente para ser geográfico tem que estar localizado” A ineficiência ou a incapacidade de utilização dessa capacidade cognitiva-simbólica leva a um analfabetismo visual, onde o uso das geograficidades são exploradas de maneira parcial como meras ilustrações, sem entrar em sua profundidade enquanto traços artísticos ou científicos de representações ôntico-ontológicas.



Os registros imagéticos, seja através de mapas ou pinturas, onde o primeiro carrega seu vínculo com a ciência e o segundo mais comprometido com a arte, são na verdade imagens como testemunhas oculares que dão respostas para as indagações da produção do conhecimento geográfico de: o que? Onde? Como? Por que aí? Estas questões elaboradas a respeito sobre a natureza dos entes geográficos nos dão conta de suas: localização, distribuição, extensão, latitude, longitude, distância e escala.



Nas dimensões do: Como?, e Por que aí?, reside a abordagem dos fluxos e fixos dos entes nos processos de territorialidade, desterritorialidade e reterritorialidade, querendo expressar o dinamismo dos fluxos numa permanente dialética de construção e reconstrução do público/privado e estado/sociedade. Nessa perspectiva faz-se mister reinventar uma nova linguagem cartográfica que seja capaz de contemplar essas assimetrias temporais na configuração imagética do espaço.



Essa dialética comandada pelo modelo capitalista dominante, que impõe suas formas de dominação através da imposição de mecanismos imagéticos, estrutura o espaço e o contra-espaço. Sendo nesta concepção o espaço a expressão do ordenamento dominante e o contra-espaço a manifestação dos conflitos que se instituem a partir da base espacial.



Isto posto, permite-nos concluir que o uso de imagens como representações das geograficidades torna-se um instrumento valioso para a compreensão da dinâmica do: O que? Onde?, Como?, e Por que aí? dos entes geográficos que configuram a espacialidade. “Cartografar e preciso”



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