REDE
DE FAST FOOT
Por Maurino
Prim
Uma Rede de Fast Foot, com muitos
restaurantes espalhados pelo país recebia, todos os dias, um mesmo grupo de
clientes. Eles iam fielmente ao restaurante para saciar a fome e a sede. O
responsável pelo restaurante esperava os seus clientes de portas abertas e os
recebia com muito acolhimento e alegria. O restaurante organizou uma maneira de
servir os alimentos do cardápio de forma que cada tipo de comida tinha o seu
cozinheiro responsável. Exemplo: o arroz tinha um cozinheiro especialista em
fazer arroz; a batata era feita por um cozinheiro especializado em batatas.
Assim também acontecia com todos os outros alimentos do cardápio. Outra
particularidade do restaurante era de que os alimentos eram servidos de forma
separada. Cada cozinheiro servia o seu prato. Enquanto o cliente comia arroz,
não podia comer carne, por exemplo. Cada alimento tinha o seu tempo próprio
para ser consumido, no refeitório próprio, com a presença da cozinheira. Além
disso, a cozinheira servia os alimentos
e ainda controlava a quantidade a forma e a rapidez em que eles tinham que ser
consumidos. Consumir feijão junto com arroz as cozinheiras não permitiam.
Também havia um horário preestabelecido para cada alimento ser consumido e
todos tinham que consumi-lo ao mesmo tempo, mesmo não tendo fome e não podiam
sair do restaurante antes de terminar o tempo de cada refeição, que era de 50
minutos, mais ou menos. O mantenedor da rede de restaurantes orientava os
restaurantes para eles orientarem as cozinheiras para elas servirem os
alimentos juntos, num mesmo prato e ao mesmo tempo, porém na prática isso nem
sempre acontecia. O nível de satisfação dos clientes com os serviços prestados
pelos restaurantes não era muito boa. Periodicamente os nutricionistas da rede de
restaurantes faziam uma avaliação do estado nutricional dos clientes. Os
resultados mostravam que havia muita gente subnutrida com deficiências sérias
em vários tipos de nutrientes. Isso preocupava a todos, pois não conseguiam
entender esses elevados índices de subnutrição, apesar da farta e abundante
disponibilidade de alimentos.
Na história contada acima, não é
difícil entender as causas dos resultados da subnutrição, apesar da grande
oferta de alimentos. Basta dar uma olhadinha na forma que a Rede de Fast Foot
organizou o seu atendimento e maneira de servir os clientes.
Fazendo uma transposição da Rede
de Fast Foot para a organização das escolas temos:
- Rede de Fast Foot = Ministério
da Educação
- Restaurantes = Escolas
- Clientes = Alunos
- Saciar a fome e a sede =
Aprender
- Responsável pelo restaurante =
Diretor
- Maneira de servir os alimentos =
Metodologia
- Alimentos = Conteúdos
- Cardápio = Currículo
- Cozinheiro = Professor
- Refeitório = Sala de aula
- Cada alimento tinha o seu tempo
próprio para ser consumida = aula
- Servir os alimentos juntos =
Interdisciplinaridade
- Nível de satisfação dos clientes
não era muito boa = Indisciplina
- Avaliações do estado nutricional
= Sistema de avaliação
- Subnutrição = Notas baixas
O objetivo do comparativo acima
entre a Rede de Fast Foot e a escola tem como finalidade mostrar a urgente
necessidade de se repensar a organização do espaço educativo nas escolas. Se os
restaurantes podem nos ajudar nisso, então por que não imitá-los? Mãos a obra!
ESCOLA – Uma instituição parada no
tempo
Para ajudar
a repensar a escola vamos partir de três perguntas.
1)
Você
sabe de tudo?
2)
Você
precisa saber de tudo?
3)
Tudo
o que te ensinaram você usa?
A resposta para estas três perguntas é “NÃÃÃÃÃÃÃO!!!!!!!!
Então para começar a repensar a
escola faz-se necessário rever os objetivos intrínsecos da educação. Pelas respostas dadas às perguntas acima já
deu para perceber que não precisamos saber tudo. Então, para começar a mudar a
escola precisamos começar a rever o que realmente precisamos saber. A educação
básica tem que valorizar mais os aspectos do SER, no sentido de
desenvolver as qualidades humanas, aprender a ser gente, respeitar o próximo e
saber conviver em sociedade de forma harmoniosa e cooperativa. O maior equívoco
da organização escolar atual está em supervalorizar o conhecimento científico,
objeto da cognição e da racionalidade, com sendo os saberes essenciais que
precisam ser aprendidos. O aluno fica a maior parte do tempo confinado numa “cela
de aula”, onde obrigatoriamente tem que aprender aquilo que o professor quer,
mesmo contra a sua vontade, interesse ou motivação. Aqueles que gritam contra
esse engessamento, porque não querem estar ali, ou queriam estar aprendendo ou
fazendo outras coisas, são taxados de indisciplinados e excluídos do grupo.
Convencionou-se que a aprendizagem tem que acontecer em dia e hora marcada, sob
o controle e ritmo do professor.
DINÂMICA DIDAGÓGICA
Objetivo:
1. Mostrar a importância do trabalho
interdisciplinar na abordagem dos conteúdos curriculares, fazendo com que os
professores percebam que os conteúdos brotam do cotidiano e precisam ser compreendidos como sendo experiência de vida vivida em seus múltiplos
âmbitos de relacionamento.
2. Mostrar a urgente necessidade de mudar
a estrutura organizacional da escola. (A estrutura atual está parada no
tempo.
3. O nome “DIDAGÓGICA”, nasce da junção
das silabas das palavras DIDÁtico/pedaGÓGICA, pois a dinâmica pretende ser didática
e pedagógica para atingir os seus objetivos.
Metodologia:
1. A dinâmica consiste em fazer o grupo
passar por uma experiência concreta de um restaurante que serve os seus
alimentos de forma separada, conforme descrito do história da Rede de Fast
Foot, acima.
2. Cada alimento deverá ser servido
separadamente, adotando-se uma metodologia análoga como são servidos os
conteúdos em sala de aula pelos professores. (Incorporar o jeito de professor
em todos os detalhes. Por exemplo: explicar a origem do alimento, para que
serve, controlar a atitude dos alunos, etc)
3. Pode-se organizar vários grupos e
fazer o rodízio das cozinheiras de forma que cada cozinheira faça contato com
cada grupo e sirva o seu alimento.
4. O tempo de duração da experiência
fica a critério dos organizadores.
5. Após terem sido servidos todos os
alimentos (sugere-se que sejam no mínimo 5 (cinco) tipos diferentes,
correspondendo as cinco aulas de um dia) reunir o grupo para uma “Roda de
Conversa”. Nessa roda de conversa o mediador disponibilizará a palavra para que
os integrantes partilhem as suas sensações durante a experiência: Se foi
bom? Se gostou? Como se sentiu? Se os
alimentos estavam bons? Se estava com fome? Se tinha vontade de comer? Se gosta
mais ou menos de um determinado alimento? Etc. Se no decorrer a roda de
conversa forem aparecendo as relações entre a dinâmica e a sala de aula, o
mediador deve dar abertura para que o grupo ir formulando as sua conclusões.
Caso contrário o mediador fará essa conexão.
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