domingo, 28 de fevereiro de 2010

APOCALIPSE

APOCALIPSE
Prof Prim

Chegará o dia em que o homem, de tanto desrespeitar as leis da natureza, será chamado a pagar o tributo pelo uso irracional de sua racionalidade.
Antes do ocaso final, ele terá a oportunidade de contemplar, do alto do seu pedestal, os sinais dos tempos.
1. Verá desaparecer de sua face, lentamente, toda a biodiversidade:
- Espécies de animais e vegetais são extintas pela sua ação devastadora.
- Os passarinhos deixam de cantar.
- As flores não florescem mais nos jardins e campinas.
- Os peixes já não encontram mais ambiente para viver.
- As folhas caíram e já não brotam mais.
- Os répteis, de todos os tamanhos, já fazem parte da história.
- As ervas daninhas já não perturbam mais o homem. Ele as venceu.
- As pragas já não destroem mais as plantações. Não há mais plantações.
- O perfume das flores já não anuncia mais a chegada da primavera.
2. Assistirá à degradação do meio ambiente:
- O ar, a água, o solo já não sustentam mais a vida.
- Os desertos avançam pelo horizonte.
- As nascentes e arroios vertem suas últimas lágrimas.
- A suave brisa refrescante transformou-se em tórrida massa de ar escaldante e poluída.
- O solo, outrora prodigioso sustentáculo de vida, agora, apenas recolhe como túmulo a vida remanescente sobre ele.
- A energia vital do astro rei chega à terra de forma difusa, sem ser filtrada pelo manto atmosférico que envolve e protege a vida.
- Os grandes rios morreram. Foram transformados em canais de escoamento de lixo.
- As grandes jazidas já foram totalmente exauridas.
- As catástrofes fazem parte das cenas cotidianas.
- Enfim, a mãe natureza não consegue mais sustentar a voracidade e a ganância do homem.
3. Contemplará, atônito, o desmanche do tecido social que une a humanidade:
- Os valores e as virtudes fundamentais já não encontram mais eco nas relações entre as pessoas.
- O infortúnio espalha-se por toda a terra.
- Não há vencidos nem vencedores. Todos sucumbirão ante à irracionalidade do “ser racional”.
- Haverá fome e desgraça em todos os quadrantes.
- A vida está indefesa.
4. Suplicará a Deus a sua remissão final:
- Vendo tudo perdido, apelará para o último dos refúgios.
- Deus misericordioso de bondade infinita, tende piedade desse ser que perante ti falhou.
- Do fundo de nossas almas confessamos os pecados que praticamos contra a tua obra.
- Embora tardio, agora compreendo os teus desígnios. Ao Criar o mundo o dotaste de todas as riquezas. Era o paraíso.
- Nele colocaste o homem e a mulher. Tinham tudo para serem felizes.
- Mas ao longo dos séculos, impelidos pelas suas vaidades e ganâncias, o homem foi se afastando e modificando a natureza, a destruiu e hoje ela não consegue mais sustentar a vida.
- Se for da tua vontade e bondade, ó Deus eterno, ceda-nos um novo paraíso, a fim de que possamos nos redimir das atrocidades cometidas.
5. Ouvirá de Deus a sentença final
- Deus, em sua infinita e eterna misericórdia, vendo o desespero do homem, lhe revelará o juízo final.
- Meu filho querido. Ao longo dos tempos enviei-te diversos mensageiros para mostrar os desvios dos teus atos. Não deste ouvidos.
- Quando te criei, dotei-te de liberdade para escolher o melhor caminho a seguir.
- Incuti em ti a centelha do amor, da generosidade, da solidariedade, da bondade, da gratidão, do respeito, do companheirismo, da lealdade, da honestidade. Preferiste cultivar o egoísmo, o ódio, a inveja, a avareza, a soberba, a mentira, a ganância, a maldade e até brincavas de Deus.
- Com esses atos, pobre homem, pecastes contra ti mesmo, pois és imagem e semelhança do teu pai e nada mais há por ser feito. Está tudo consumado.

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