terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

IR E VIR

IR E VIR

Por Prof Maurino Prim

No bailar da vida as pessoas vão e vêm. De tantas idas e vindas acabam esquecendo onde já estiveram. Saem de um lugar para chegar a outro. “Todo ponto de chagada também é um ponto de partida.” Há movimentos regulares que se repetem: casa X escola; escola X casa; casa X trabalho; trabalho X casa; sala X cozinha; cozinha X sala; sala X quarto; quarto X cama; cama X banheiro; banheiro X chuveiro. Assim segue o pêndulo em seus caminhos. Também tem inúmeros movimentos não previstos, não programados, que nos levam e trazem a lugares inesperados. De tantos que são, não vou aqui enumerá-los. Pensem um pouco e irão descobrir que eles existem. Dou uma dica: ir à janela para olhar o horizonte, etc, etc, etc. Ah ! ia me esquecendo. Também tem os movimentos sem volta, ou, ainda, a volta dos que não foram. Parece complicado ? Não. Tudo isto acontece sem que nós percebemos, pois faz parte da existência.
Acabamos descobrindo que somos seres em movimento. O universo está em movimento. O cosmos é movimento. Tudo se movimenta. A concepção ocorre de um movimento do espermatozóide em direção ao óvulo. Na silêncio do útero protetor da mãe há movimentamos. Para nascer nos movimentamos. A vida é movimento. E, quando ela finda, somos movimentados para o lugar do pouso final do corpo. Pouso aparente, pois continuaremos em movimento junto com o astro celeste que gravita pelo espaço sideral sem fim.
Neste ir e vir fazemos muitos movimentos com o corpo: senta X levanta; deita X levanta; estende a mão; mão que afaga; mão que esbofeteia; vira a cabeça; levanta o braço; levanta o dedo; levanta a cabeça, encolhe a barriga, empina o nariz, estufa o peito, levanta o dedo do meio; abaixa o polegar, estica os beiços, franze a testa, arregala os olhos, etc, etc, etc. Esses movimentos, cheios de significados, relevam a nossa natureza social, pois existimos e nos constituímos na relação com os outros.
Além desses movimentos que levam e trazem o nosso corpo, movimentamos outros objetos. Assim carregamos conosco um monte de penduricalhos que ganham movimento graças ao nosso movimento. São sacolas, bolsas, mochilas, malas, anéis, colares, pulseiras, brincos, capangas, carteiras, pochetes, documentos e outros apetrechos que carregamos pela vida afora. Todos esses materiais dão consistência à nossa existência. Sem eles, as vezes perecemos desnudos.
Movimentamos a boca para pronunciar as palavras e outros trejeitos labiais que fazem parte da nossa linguagem. Quantos pedidos, justificativas, declarações, afirmações, negações, orações, reclamações, declamações, depoimentos, xingamentos e outras falas que utilizamos em nosso cotidiano ? Certamente não é possível termos a noção da quantidade de movimentos que já fizemos com a boca para expressar os pensamentos, opiniões e emoções. Mas toda a palavra pronunciada tem a sua finalidade. Isso que importa. Somos entes em movimento. Não conseguimos parar. Mesmo parado estamos em movimento. Assim sendo, vou parar de movimentar os meus dedos sobre o teclado e parar de escrever esta reflexão. Porém, continuarei em movimento.
Prof Maurino Prim

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